terça-feira, 10 de maio de 2016

Cindy Monteiro


Chama-se Cindy Monteiro é uma jovem criadora cabo-verdiana. Licenciou-se em França mas, cedo percebeu que queria seguir outras áreas que não as da formação. A vida trocou-lhe as voltas em 2013, já em Cabo Verde, escolheu a moda, que até então era um hobby, para profissão. Agora tem a sua marca de roupa – CM e ambiciona expandir o negócio cada vez mais.

Cindy Monteiro nasceu na Suiça há 25 anos. Filha de emigrantes cabo-verdianos de Santiago, veio viver em Cabo Verde já com 11 anos. Partiu novamente aos 17 para fazer a faculdade desta vez em França. Curso escolhido? Economia e Gestão em Lyon.
Quando terminou a licenciatura entendeu que não era isso que queria fazer da vida. Optou então por um mestrado em Comunicação e Imagem. Paralelamente foi aprimorando o gosto pela moda com várias formações em estilismo.

Em 2013 regressou a Cabo Verde. Arranjar trabalho na área não foi fácil. Rapidamente surgiram novos desafios. Um salão de cabeleireiros preparava-se para apresentar um desfile de cabelos. Cindy agarrou o desafio de fazer os trajes de inspiração africana para as modelos. “Em três semanas improvisamos os trajes que depois tiveram bastante aceitação”.
O desfile foi um sucesso o que lhe deu coragem para continuar. A partir dessa altura começou a apostar na moda.

Marca CM
Assim acabou por surgir a marca da jovem criadora de nome “CM” numa alusão ao nome de Cindy Monteiro. A marca é revendida pela empresa “CMS”, uma empresa de consultoria de imagem e comunicação. As instalações ficam situadas no Palmarejo, na cidade da Praia.

As vendas funcionam sob encomenda quer de peças que já foram apresentadas em coleção quer criações próprias. De momento trabalha com uma equipa formada na sua maior parte por amigos, mas também dois costureiros e a mãe de Cindy que “lhe dá bastante apoio”.

A inspiração vem dos objectos do dia-a-dia. A jovem confessa que até uma mesa ou uma folha branca pode ser inspiradora. O mais difícil foi juntar todas as inspirações e encontrar um fio condutor para a colecção. A colecção existente é por enquanto apenas feminina.
Ao princípio teve medo que a linha executiva para o dia-a-dia, de design simples e descomplexado, não fosse suficientemente apelativa. O tempo mostrou o contrário.

Poder da imagem

Respondendo à questão se os cabo-verdianos têm estilo e se estão preocupados com a imagem, Cindy revela: “não é questão de ter estilo ou não. Existem sete sócio estilos e cada pessoa tem o seu. Aqui em Cabo Verde existem influências de todos os lados e as pessoas por vezes têm dificuldade em retirar algo desta “cachupada””.

Para esta criadora os padrões do que é glamouroso ou não, por exemplo, mudam consoante a região e a cultura onde se está. O uso de cores está condicionado pelo tom da pele, cor do cabelo, dos olhos, etc. “O tipo de roupa deve estar adaptado à morfologia corporal”.

Cindy explica que os códigos e mensagens que uma pessoa envia quando se apresenta de uma determinada forma são cruciais na comunicação. “Se não gostamos do que vemos a tendência é não prestar atenção no que nos dizem.”

Acredita que por Cabo Verde ser um país novo a área de comunicação e imagem ainda está em desenvolvimento e não é tão aplicada na prática.

Cita exemplos como a imagem pode influenciar a percepção sobre a culpabilidade, por exemplo, de uma determinada pessoa. Ou então aumentar as hipóteses de conseguir um emprego numa entrevista.

Erros comuns
Para Cindy Monteiro algumas falhas são bastante comuns no quotidiano cabo-verdiano:
- meias que não condizem com os sapatos (meias brancas com sapatos pretos, por ex.);
- pessoas que não têm em atenção a morfologia do corpo ao escolher a roupa;
. pessoas que não consideram o código de vestuário ao escolher uma determinada peça para uma determinada ocasião (confusão entre o sexy e o vulgar, etc.);

- falhas na maquilhagem também são frequentes (como dantes não se usava tanto e o hoje o uso tornou-se generalizado);
Fonte: sapo.cv

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