Chama-se
Cindy Monteiro é uma jovem criadora cabo-verdiana. Licenciou-se em França mas,
cedo percebeu que queria seguir outras áreas que não as da formação. A vida
trocou-lhe as voltas em 2013, já em Cabo Verde, escolheu a moda, que até então
era um hobby, para profissão. Agora tem a sua marca de roupa – CM e ambiciona
expandir o negócio cada vez mais.
Cindy
Monteiro nasceu na Suiça há 25 anos. Filha de emigrantes cabo-verdianos de
Santiago, veio viver em Cabo Verde já com 11 anos. Partiu novamente aos 17 para
fazer a faculdade desta vez em França. Curso escolhido? Economia e Gestão em
Lyon.
Quando
terminou a licenciatura entendeu que não era isso que queria fazer da vida.
Optou então por um mestrado em Comunicação e Imagem. Paralelamente foi
aprimorando o gosto pela moda com várias formações em estilismo.
Em
2013 regressou a Cabo Verde. Arranjar trabalho na área não foi fácil.
Rapidamente surgiram novos desafios. Um salão de cabeleireiros preparava-se
para apresentar um desfile de cabelos. Cindy agarrou o desafio de fazer os
trajes de inspiração africana para as modelos. “Em três semanas improvisamos os
trajes que depois tiveram bastante aceitação”.
O
desfile foi um sucesso o que lhe deu coragem para continuar. A partir dessa
altura começou a apostar na moda.
Marca CM
Assim
acabou por surgir a marca da jovem criadora de nome “CM” numa alusão ao nome de
Cindy Monteiro. A marca é revendida pela empresa “CMS”, uma empresa de
consultoria de imagem e comunicação. As instalações ficam situadas no
Palmarejo, na cidade da Praia.
As
vendas funcionam sob encomenda quer de peças que já foram apresentadas em
coleção quer criações próprias. De momento trabalha com uma equipa formada na
sua maior parte por amigos, mas também dois costureiros e a mãe de Cindy que
“lhe dá bastante apoio”.
A
inspiração vem dos objectos do dia-a-dia. A jovem confessa que até uma mesa ou
uma folha branca pode ser inspiradora. O mais difícil foi juntar todas as
inspirações e encontrar um fio condutor para a colecção. A colecção existente é
por enquanto apenas feminina.
Ao
princípio teve medo que a linha executiva para o dia-a-dia, de design simples e
descomplexado, não fosse suficientemente apelativa. O tempo mostrou o
contrário.
Poder
da imagem
Respondendo
à questão se os cabo-verdianos têm estilo e se estão preocupados com a imagem,
Cindy revela: “não é questão de ter estilo ou não. Existem sete sócio estilos e
cada pessoa tem o seu. Aqui em Cabo Verde existem influências de todos os lados
e as pessoas por vezes têm dificuldade em retirar algo desta “cachupada””.
Para
esta criadora os padrões do que é glamouroso ou não, por exemplo, mudam
consoante a região e a cultura onde se está. O uso de cores está condicionado
pelo tom da pele, cor do cabelo, dos olhos, etc. “O tipo de roupa deve estar
adaptado à morfologia corporal”.
Cindy
explica que os códigos e mensagens que uma pessoa envia quando se apresenta de
uma determinada forma são cruciais na comunicação. “Se não gostamos do que
vemos a tendência é não prestar atenção no que nos dizem.”
Acredita
que por Cabo Verde ser um país novo a área de comunicação e imagem ainda está
em desenvolvimento e não é tão aplicada na prática.
Cita
exemplos como a imagem pode influenciar a percepção sobre a culpabilidade, por
exemplo, de uma determinada pessoa. Ou então aumentar as hipóteses de conseguir
um emprego numa entrevista.
Erros comuns
Para
Cindy Monteiro algumas falhas são bastante comuns no quotidiano cabo-verdiano:
-
meias que não condizem com os sapatos (meias brancas com sapatos pretos, por
ex.);
-
pessoas que não têm em atenção a morfologia do corpo ao escolher a roupa;
.
pessoas que não consideram o código de vestuário ao escolher uma determinada
peça para uma determinada ocasião (confusão entre o sexy e o vulgar, etc.);
-
falhas na maquilhagem também são frequentes (como dantes não se usava tanto e o
hoje o uso tornou-se generalizado);
Fonte: sapo.cv
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